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Novos contos
O
reino de Hammurábi
Primeira edição
TMS Produções
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Dados
Internacionais de Catalogação
Sampaio,
Thiago Macedo. Terras escuras: o reino de Hammurábi. - 1. ed. – Salvador-Ba:
TMS Produções, 2012. Disponível em: <http://tmsnovoscontos.blogspot.com.br/>.
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Thiago Macedo Sampaio
Novos contos
TERRAS ESCURAS
O reino de Hammurábi
Primeira edição
TMS Produções
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TERRAS ESCURAS: O REINO DE HAMMURÁBI
Thiago Macedo Sampaio
Capa e Ilustração: Emille Almeida
Revisão: Mercia Verbena Macedo Sampaio
Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida
ou duplicada sem autorização expressa do autor e da editora.
Direitos para essa edição
TMS Produções
Trav. 3 da Rua Francisco Gil, 29 – Paraíso
46880-000 – Itaberaba-Ba
Tel.: (71) 9307-7060 ou 8878-8851
E-mail: tmsnovoscontos@hotmail.com
Publicado no Brasil – setembro de 2012
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DEDICATÓRIA
Entre as
literaturas que já escrevi, acredito que esta foi meu maior desafio e por isso
considero também marco em minha carreira.
Nestas
páginas, revela-se toda minha ousadia em explorar da liberdade na produção
literária e ainda refugiar-me em estilos conservadores épicos, sobretudo no
tocante ao drama e a tragédia.
Seria
hipocrisia não reconhecer que esta complexa produção dependeu de auxílio de
grandes pensadores e ao mesmo tempo do feedback de meus amigos, tanto no
momento da criação quanto da revisão.
É com imenso
prazer que dedico esta obra para minha meus amigos que são co-produtores e para
a melhor professora de antropologia que já conheci, docente do curso de Direito
na UniAnhanguera em Goiânia e da UFG na cidade de Goiás: Margareth Arbues.
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"Provérbios
10:22 –” Filhos são bênçãos e benção enriquece e não acrescenta dores.”
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SUMÁRIO
Apresentação
Terras Escuras: o reino de Hammurábi
Biografia
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Apresentação
Esta obra
é um conto fictício, mas traz elementos geográficos, históricos e culturais
verdadeiros.
A
intenção do projeto que deu origem a este conto era disseminar conhecimentos sobre
o período da antiguidade mediante a criação de uma dramática e proibida
história de amor.
Não foi
esta uma ideia de projeto inovadora, pois sigo a tendência de outros romancistas,
podendo comparar o estilo de minha obra a Tróia.
E após anos
de estudos históricos, geográficos, culturais, sociais, políticos e econômicos
a cerca da compreensão do período da antiguidade cheguei num resultado que nem
mesmo eu sabia ter o poder de produzir.
Também
visei produzir, a título brasileiro, um conto sobre este período cronológico
porque senti falta de abordagens do gênero pelos romancistas nacionais contemporâneos.
Novamente,
quanto ao projeto, dentro da programação de estudos muitos detalhes foram
analisados: povos e suas culturas, diferentes épocas, dados geográficos, fenômenos
climáticos e biológicos.
No
entanto, ao analisar peculiaridades cronológicas me deparei com escassez de
material didático com linguajar acessível.
Então, uma
das finalidades da construção de “Terras Escuras” foi frisar o período chamado
de “Antiguidade”, destacando os povos babilônicos como Anfitriões dos fatos
ligados aos protagonistas, e tendo ainda, na Assíria e na Suméria, outras
importantes coadjuvantes.
E foi
assim, que tendo por objetivo ousar-me na produção de uma nova referência
nacional, trouxe nesta obra uma complexa história de amor, de linguagem simples
e cujo desenvolvimento e final são imprevisíveis.
Prometo
que estes conjuntos de elementos literários conquistarão seus leitores.
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Cap. I – O
diário de Morgana
Minha mãe
nunca sabia nada que eu perguntava.
Certo que
nunca eram questionamentos fáceis de responder, mas poxa, ao menos ela poderia
fazer um esforço.
Era manhã,
primeiro dia de inverno do ano de 2007, o tempo estava muito frio e chuvoso no
sítio em Goiânia, onde eu morava.
Embora eu
olhasse incansavelmente pro relógio na parede da sala, o tempo não parecia
passar.
Fui mais
uma vez perturbar minha mãe com minhas perguntas que reconheço serem malucas,
aliás minha função como adolescente é incomodar.
Mexi nas
panelas em que ela cozinhava, abri a geladeira como se procurasse algo, então
ela percebeu.
- Manu,
deixe de enrolação e diga logo o que você quer me rondando.
Gritou
Dona Joaninha brava.
- Minha
mãe, eu queria saber meu nome é Manu.
Questionei
com riso no canto da boca.
- Enfim
uma pergunta sua que posso responder, foi sua avó que pediu que ti colocasse
este nome porque era o nome de uma antepassada nossa, ou seja, seu nome é
herança genealógica .
- Ah! Entendi,
mas minha mãe quem era esta antepassada, aonde e como ela viveu?
- Sabia
que era bom demais pra ser verdade eu conseguir responder uma pergunta sua.
- Minha
mãe, sabia que a pessoa que não conhece suas origens vive sem referências
comportamentais estando mais fragilizados a cederem as más influências sociais?
- Esta
certo, faça o seguinte, vá em meu quarto e pegue um diário que está num baú
encima do guarda-roupa.
Corri pro
quarto toda alegre e no local indicado por minha mãe encontrei o referido baú,
dele retirei um velho diário, digo bem velho mesmo, de capa soltando, páginas
amarelas e tinta quase desaparecendo.
Voltei
pra cozinha e o entreguei para minha mãe que explicou a história daquele
diário.
- Minha
filha, foi sua avó quem escreveu esse diário, ela me explicou que nele se
encontra é o reconto da história de nossos descendentes que vem sendo reescrito
a séculos, acredito que ao ler este diário você encontrará as respostas que
procura.
Tomei o
diário nos braços, peguei água na geladeira e dois salgadinhos no armário, depois
corri pro quarto aonde deitei de bruços na cama, coloquei um travesseiro
debaixo do braço e comecei a ler.
Minha mãe
ficou preocupada que passei o dia no quarto lendo, as a vezes eu saia do quarto
chorando, pegava mais água ou lanche e voltava.
Outras
vezes sai do quarto pra pegar livros de história e geografia pra facilitar a
compreensão de alguns relatos descritos por minha avó.
Naquela
altura eu já sabia que o diário foi narrado pela primeira vez por Morgana,
filha de Manu, e esculpido em pedra por serviçais do reino aonde ela viveu,
fato que não le tira a autoria.
Li todo o
diário de Morgana até a noite e fiquei tão impressionada no que descobri que
resolvi seguir o exemplo de minha avó e recontar num novo diário a linda e
trágica história de meus antepassados.
No dia
seguinte fui a papelaria e comprei um grande caderno de capa dura e lacre com
cadeado e comecei a escrever.
Tudo o
que nele coloquei narrei de meu jeito, recontei a história já recontada, e
recontada, e recontada.
Assim, o
que se segue é esta história, o romance proibido entre Manu e Awilum na região
descrita por Mesopotâmia no período da Antiguidade, algo entorno de 1796a.C.
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Cap. II – Esclarecimentos
Antes que
eu lhes comece a narrar a linda e trágica história de amor entre Manu e Awilum
e seus diversos impedimentos morais e sociais épicos, se faz necessário fazer
esclarecimentos sobre algumas questões que possam atrair pré-julgamentos decorrentes
da incompreensão desta obra.
Fiquem
tranqüilos que o discurso não é grande, apenas relembremos o conceito de duas
coisas: cultura e etnocentrismo.
Cultura para
alguns estudiosos no assunto, em especial os antropólogos, é toda informação
assimilada e/ou repassada entre os seres humanos ao decorrer do tempo.
Etnocentrismo
é o julgamento, em especial o condenar, das outras culturas a partir de nossos
particulares valores e princípios.
Mas onde
isso nos será útil? Se entendermos que nossa cultura sofre influências do tempo
e do meio onde vivemos, concluiremos que não há cultura superior a outra e
reconquistaremos o respeito para com o próximo.
Neste
sentido, a história que vou les narrar acontece noutro tempo e local diferente
de tudo o que conhecemos hoje, logo, todos os fatos ocorridos são justificados
pela época e cenário em que aconteceram.
Pronto! Após
este prévio preparo, aconselho que prepare uma jarra de água ou suco e algum
lanche para que não disperse sua concentração nesta emocionante ficção.