terça-feira, 9 de outubro de 2007

Terras Escuras: o reino de Hammurábi - Em revisão



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Novos contos


O reino de Hammurábi


Primeira edição


TMS Produções



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Dados Internacionais de Catalogação

Sampaio, Thiago Macedo. Terras escuras: o reino de Hammurábi. - 1. ed. – Salvador-Ba: TMS Produções, 2012. Disponível em: <http://tmsnovoscontos.blogspot.com.br/>.






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Thiago Macedo Sampaio



Novos contos

TERRAS ESCURAS
O reino de Hammurábi


Primeira edição



TMS Produções



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TERRAS ESCURAS: O REINO DE HAMMURÁBI
Thiago Macedo Sampaio

Capa e Ilustração: Emille Almeida
Revisão: Mercia Verbena Macedo Sampaio







Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou duplicada sem autorização expressa do autor e da editora.


Direitos para essa edição
TMS Produções
Trav. 3 da Rua Francisco Gil, 29 – Paraíso
46880-000 – Itaberaba-Ba
Tel.: (71) 9307-7060 ou 8878-8851
E-mail: tmsnovoscontos@hotmail.com
Publicado no Brasil – setembro de 2012




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DEDICATÓRIA

Entre as literaturas que já escrevi, acredito que esta foi meu maior desafio e por isso considero também marco em minha carreira.

Nestas páginas, revela-se toda minha ousadia em explorar da liberdade na produção literária e ainda refugiar-me em estilos conservadores épicos, sobretudo no tocante ao drama e a tragédia.

Seria hipocrisia não reconhecer que esta complexa produção dependeu de auxílio de grandes pensadores e ao mesmo tempo do feedback de meus amigos, tanto no momento da criação quanto da revisão.

É com imenso prazer que dedico esta obra para minha meus amigos que são co-produtores e para a melhor professora de antropologia que já conheci, docente do curso de Direito na UniAnhanguera em Goiânia e da UFG na cidade de Goiás: Margareth Arbues.


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"Provérbios 10:22 –” Filhos são bênçãos e benção enriquece e não acrescenta dores.”
  
  

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SUMÁRIO

Apresentação

Terras Escuras: o reino de Hammurábi

Biografia


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Apresentação

Esta obra é um conto fictício, mas traz elementos geográficos, históricos e culturais verdadeiros.

A intenção do projeto que deu origem a este conto era disseminar conhecimentos sobre o período da antiguidade mediante a criação de uma dramática e proibida história de amor.

Não foi esta uma ideia de projeto inovadora, pois sigo a tendência de outros romancistas, podendo comparar o estilo de minha obra a Tróia.

E após anos de estudos históricos, geográficos, culturais, sociais, políticos e econômicos a cerca da compreensão do período da antiguidade cheguei num resultado que nem mesmo eu sabia ter o poder de produzir.

Também visei produzir, a título brasileiro, um conto sobre este período cronológico porque senti falta de abordagens do gênero pelos romancistas nacionais contemporâneos.

Novamente, quanto ao projeto, dentro da programação de estudos muitos detalhes foram analisados: povos e suas culturas, diferentes épocas, dados geográficos, fenômenos climáticos e biológicos.

No entanto, ao analisar peculiaridades cronológicas me deparei com escassez de material didático com linguajar acessível.

Então, uma das finalidades da construção de “Terras Escuras” foi frisar o período chamado de “Antiguidade”, destacando os povos babilônicos como Anfitriões dos fatos ligados aos protagonistas, e tendo ainda, na Assíria e na Suméria, outras importantes coadjuvantes.

E foi assim, que tendo por objetivo ousar-me na produção de uma nova referência nacional, trouxe nesta obra uma complexa história de amor, de linguagem simples e cujo desenvolvimento e final são imprevisíveis.

Prometo que estes conjuntos de elementos literários conquistarão seus leitores.

E espero que retirem destas dezenas de páginas o poder de sonhar e se emocionar com uma surpreendente literatura legitimamente brasileira.




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Cap. I – O diário de Morgana

Minha mãe nunca sabia nada que eu perguntava.

Certo que nunca eram questionamentos fáceis de responder, mas poxa, ao menos ela poderia fazer um esforço.

Era manhã, primeiro dia de inverno do ano de 2007, o tempo estava muito frio e chuvoso no sítio em Goiânia, onde eu morava.

Embora eu olhasse incansavelmente pro relógio na parede da sala, o tempo não parecia passar.

Fui mais uma vez perturbar minha mãe com minhas perguntas que reconheço serem malucas, aliás minha função como adolescente é incomodar.

Mexi nas panelas em que ela cozinhava, abri a geladeira como se procurasse algo, então ela percebeu.

- Manu, deixe de enrolação e diga logo o que você quer me rondando.

Gritou Dona Joaninha brava.

- Minha mãe, eu queria saber meu nome é Manu.

Questionei com riso no canto da boca.

- Enfim uma pergunta sua que posso responder, foi sua avó que pediu que ti colocasse este nome porque era o nome de uma antepassada nossa, ou seja, seu nome é herança genealógica .

- Ah! Entendi, mas minha mãe quem era esta antepassada, aonde e como ela viveu?

- Sabia que era bom demais pra ser verdade eu conseguir responder uma pergunta sua.

- Minha mãe, sabia que a pessoa que não conhece suas origens vive sem referências comportamentais estando mais fragilizados a cederem as más influências sociais?

- Esta certo, faça o seguinte, vá em meu quarto e pegue um diário que está num baú encima do guarda-roupa.

Corri pro quarto toda alegre e no local indicado por minha mãe encontrei o referido baú, dele retirei um velho diário, digo bem velho mesmo, de capa soltando, páginas amarelas e tinta quase desaparecendo.

Voltei pra cozinha e o entreguei para minha mãe que explicou a história daquele diário.

- Minha filha, foi sua avó quem escreveu esse diário, ela me explicou que nele se encontra é o reconto da história de nossos descendentes que vem sendo reescrito a séculos, acredito que ao ler este diário você encontrará as respostas que procura.

Tomei o diário nos braços, peguei água na geladeira e dois salgadinhos no armário, depois corri pro quarto aonde deitei de bruços na cama, coloquei um travesseiro debaixo do braço e comecei a ler.

Minha mãe ficou preocupada que passei o dia no quarto lendo, as a vezes eu saia do quarto chorando, pegava mais água ou lanche e voltava.

Outras vezes sai do quarto pra pegar livros de história e geografia pra facilitar a compreensão de alguns relatos descritos por minha avó.

Naquela altura eu já sabia que o diário foi narrado pela primeira vez por Morgana, filha de Manu, e esculpido em pedra por serviçais do reino aonde ela viveu, fato que não le tira a autoria.

Li todo o diário de Morgana até a noite e fiquei tão impressionada no que descobri que resolvi seguir o exemplo de minha avó e recontar num novo diário a linda e trágica história de meus antepassados.

No dia seguinte fui a papelaria e comprei um grande caderno de capa dura e lacre com cadeado e comecei a escrever.

Tudo o que nele coloquei narrei de meu jeito, recontei a história já recontada, e recontada, e recontada.

Assim, o que se segue é esta história, o romance proibido entre Manu e Awilum na região descrita por Mesopotâmia no período da Antiguidade, algo entorno de 1796a.C.




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Cap. II – Esclarecimentos

Antes que eu lhes comece a narrar a linda e trágica história de amor entre Manu e Awilum e seus diversos impedimentos morais e sociais épicos, se faz necessário fazer esclarecimentos sobre algumas questões que possam atrair pré-julgamentos decorrentes da incompreensão desta obra.

Fiquem tranqüilos que o discurso não é grande, apenas relembremos o conceito de duas coisas: cultura e etnocentrismo.

Cultura para alguns estudiosos no assunto, em especial os antropólogos, é toda informação assimilada e/ou repassada entre os seres humanos ao decorrer do tempo.

Etnocentrismo é o julgamento, em especial o condenar, das outras culturas a partir de nossos particulares valores e princípios.

Mas onde isso nos será útil? Se entendermos que nossa cultura sofre influências do tempo e do meio onde vivemos, concluiremos que não há cultura superior a outra e reconquistaremos o respeito para com o próximo.

Neste sentido, a história que vou les narrar acontece noutro tempo e local diferente de tudo o que conhecemos hoje, logo, todos os fatos ocorridos são justificados pela época e cenário em que aconteceram.

Pronto! Após este prévio preparo, aconselho que prepare uma jarra de água ou suco e algum lanche para que não disperse sua concentração nesta emocionante ficção.